Descubra o que é a rentabilidade real e como calcular. A rentabilidade é uma
das métricas mais importantes no longo prazo da sua carteira de investimento.
O que é a rentabilidade real?
A rentabilidade real é a rentabilidade que sobra após retirarmos as taxas, os
impostos e a inflação no período.
Como calcular a rentabilidade real?
Rentabilidade Líquida de IR = Rentabilidade Bruta x (1 - Imposto de
Renda)
Rentabilidade Real = {[(1 + Rentabilidade Líquida) / (1 + Inflação) - 1 ] x
100}
Exemplo:
Vamos supor que um investimento tivesse 10% de
rentabilidade bruta. A inflação no período foi de 3%. O imposto de renda foi
de 15%.
Rentabilidade Líquida = 10% x (1 - 15%) = 8,5%
ou então:
Rentabilidade Líquida = 0,10 x (1 - 0,15) x 100 = 8,5%
Rentabilidade Real = {[ 1 + 0,085 ) / (1 + 0,03) - 1] x 100}
fica
Rentabilidade Real = [( 1,085 / 1,03) -1)] x 100 = 5,339%
Rentabilidade Real dos Esperada dos Investimentos
As rendas fixas de curto prazo como a poupança, até o Fundo DI, Tesouro Selic
CDB Liquidez diária descontando o imposto de renda e a inflação deverão ter
uma rentabilidade real perto de 0%.
Rentabilidade Real do Tesouro Prefixado
Rentabilidade Real =[(1,0650 / 1,0392) - 1] x 100 = 2,48%
A inflação pode aumentar no período reduzindo a rentabilidade real ou a
inflação reduzir no período aumentando a rentabilidade real.
Rentabilidade Real do Tesouro IPCA
Rentabilidade Real =[(1,0752 / 1,0392) - 1] x 100 = 3,46%
Rentabilidade Real das Ações
A rentabilidade das ações nos Estados Unidos ficou em aproximadamente uns
6,4% acima da inflação, ou seja, tiveram uma rentabilidade real acima da inflação de
aproximadamente esse percentagem.
Isto acontece porque muitas empresas têm a capacidade de aumentar o preço dos
seus produtos acima da inflação.
Então podemos fazer uma aproximação é falar que no longuíssimo prazo (30 anos)
as ações tendem a render uns 6% de rentabilidade real (tirando inflação e
taxas) em média.
Rentabilidade Fundos Imobiliários
Então podemos considerar também que os REITs podem rendem aproximadamente o
mesmo dos que as Ações Americanas e os Fundos Imobiliário rendem
aproximadamente o mesmo do que as Ações Brasileiras.
Isto acontece porque muitas empresas têm a capacidade de aumentar o preço
dos seus produtos acima da inflação.
Os Fundos Imobiliários podem ter contratos atrelados ao IPCA ou ao IGP-M
(índice geral de preços de mercado) que mede a variação de preços para ajustes
de alugueis. Podem saber mais sobre
IGP-M no site informe de rendimentos tem lá um artigo
bem completo sobre o assunto.
Regra dos 4%: Quando aplicar?
Existe uma regra que fala que uma carteira bem diversificada de investimentos
têm uma rentabilidade real de 4% ou mais (acima da inflação e já descontadas
as taxas e os impostos).
Por isso, segundo essa
regra dos 4%
você poderia retirar 4% do seu patrimônio por ano para viver de renda e mesmo
assim seu patrimônio ia se manter constante ao longo do tempo e atualizado
pela inflação.
Fórmula da Regra dos 4%
Despesas por ano = Despesas por mês x 12
Dinheiro necessário para independência financeira = Despesas por ano /
0,04
Caso a sua rentabilidade real seja menor esta regra por ser adaptada para 3,5%
basta dividir em vez de 0,04 por 0,035 ou regra de 3% basta dividir em vez de
0,04 por 0,03 e assim por diante para qualquer rentabilidade real mais baixa
ou mais alta.
Quanto mais baixa a regra mais patrimônio necessário é preciso para
independência, quanto mais alta a regra menos patrimônio necessário é preciso
para independência financeira.
Para saber se pode utilizar a rega de 4% (ou qualquer uma das outras regras) é
preciso calcular a rentabilidade real da sua carteira.
Então, podemos fazer uma aproximação é falar que no longuíssimo prazo (30
anos) os Fundos Imobiliários tendem a render uns 6% de rentabilidade real
(tirando inflação e taxas) em média.
Calculo da rentabilidades real da carteira
Rentabilidade real da Carteira = %Carteira Tipo de Investimento x
Rentabilidade Real Esperada de Longo prazo + %Carteira Outro Tipo de
Investimento x Rentabilidade Real Esperada de Outro Tipo de Investimento +
....
Carteira muito Conservadora
100% Renda Fixa
% da Carteira em Tesouro Selic 25% (Reserva de Emergência e mais algum
dinheiro extra)
% da Carteira em Tesouro Prefixado 35%
% da Carteira em Tesouro IPCA 40%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Selic 0%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Prefixado 2,48%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Selic 3,46%
Rentabilidade Real da Carteira = 25% x 0% + 35% x 2,48 + 40% x
3,46% = 2,25%
Regra a ser aplicada de 2,25% ou para ser mais conservador de 2% em vez
dividir por 0,04 divide-se por 0,025 ou 0,02.
Carteira Conservadora
75% Renda Fixa e 25% Renda Variável
% da Carteira em Tesouro Selic 10% (Reserva de Emergência)
% da Carteira em Tesouro Prefixado 30%
% da Carteira em Tesouro IPCA 35%
% da Carteira em Fundos Imobiliários 25%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Selic 0%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Prefixado 2,48%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Selic 3,46%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Fundos Imobiliários 6,00%
Rentabilidade Real da Carteira = 10% x 0% + 30% x 2,48% + 35% x
3,46% + 25% x 6,00% = 3,46%
Regra a ser aplicada de 3,46% ou para ser mais conservador de 3% em vez
dividir por 0,04 divide-se por 0,0346 ou 0,03.
Carteira Moderada
50% Renda Fixa e 50% Renda Variável
% da Carteira em Tesouro Selic 10% (Reserva de Emergência)
% da Carteira em Tesouro Prefixado 20%
% da Carteira em Tesouro IPCA 20%
% da Carteira em Fundos Imobiliários 25%
% da Carteira em Ações 25%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Selic 0%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Prefixado 2,48%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Selic 3,46%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Fundos Imobiliários 6,00%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Ações 6,00%
Rentabilidade Real da Carteira = 10% x 0% + 20% x 2,48% + 20% x
3,46% + 25% x 6,00% + 25% x 6,00% = 4,19%
Neste caso cumpriu a regra 4% poderá manter a regra do mesmo jeito.
Carteira Arrojada
25% Renda Fixa e 75% Renda Variável
% da Carteira em Tesouro Selic 10% (Reserva de Emergência)
% da Carteira em Tesouro Prefixado 7,5%
% da Carteira em Tesouro IPCA 7,5%
% da Carteira em Fundos Imobiliários 37,5%
% da Carteira em Ações 37,5%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Selic 0%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Prefixado 2,48%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Selic 3,46%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Fundos Imobiliários 6,00%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Ações 6,00%
Rentabilidade Real da Carteira = 10% x 0% + 7,5% x 2,48% + 7,5% x 3,46%
+ 37,5% x 6,00% + 37,5% x 6,00% = 4,95%
Neste caso cumpriu a regra 4% poderá manter a regra do mesmo jeito.
Neste caso até passou bem, mas como é renda variável convém ser
conservador em manter a regra dos 4%.
Carteira Muito Arrojada
10% Renda Fixa e 90% Renda Variável
% da Carteira em Tesouro Selic 10% (Reserva de Emergência)
% da Carteira em Fundos Imobiliários 45%
% da Carteira em Ações 45%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Tesouro Selic 0%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Fundos Imobiliários
6,00%
Rentabilidade Real Esperada de Longo Prazo em Ações 6,00%
Rentabilidade Real da Carteira = 10% x 0% + 45% x 6,00% +
45% x 6,00% = 5,40%
Neste caso cumpriu a regra 4% poderá manter a regra do mesmo jeito.
Neste caso até passou bem, mas como é renda variável convém ser
conservador em manter a regra dos 4%.
Conclusão
A Rentabilidade Real é a rentabilidade que sobra retirando taxas, impostos
e a inflação. Esta é a rentabilidade mais importante.
Para conseguir aplicar a regra dos 4% a carteira de investimento têm de ter
uma rentabilidade real de 4% ao mais.
Como os investimentos de renda fixa estão com as taxas mais baixas do que no
passado para ter uma rentabilidade real de real de 4% é preciso ter pelo menos
uma carteira moderada com 50% de renda fixa e 50% de renda variável,
caso seu perfil seja mais arrojado poderá ter mais renda variável ainda.
Caso você seja mais conservador e tiver uma maior percentagem da carteira em
renda fixa poderá adaptar a renda dos 4%, para regra dos 3% ou então até
2%.
Como estamos a falar de Independência financeira é sempre bom focar também nos
outros dois aspetos que são o aumento da renda e o aumento da taxa de
poupança, que são muito importantes.
Nota: Este blog é um lugar onde eu partilho a minha opinião e minha visão do
mercado financeiro, os exemplos que aqui expostos são apenas didáticos e
ilustrativos, este blog não recomenda ninguém a comprar/vender/manter Ações,
Fundos Imobiliários, ou qualquer outro produto financeiro, a decisão e a
responsabilidade do investimento é sua, deverá estudar e aprender máximo de
educação financeira e investimentos para fazer boas escolhas.
Compartilha no WhatsApp ou Facebook, mostre o blog para um amigo!
Gostei muito do seu artigo.
ResponderExcluirTinha dificuldade em calcular, agora ficou mais claro
Olá, obrigado pelo comentário.
ExcluirFico feliz que tenha gostado do artigo.
Abraço e bons investimentos.